No cenário atual do Brasil, a evasão de servidores públicos qualificados representa um dos grandes desafios para a istração pública. Com salários pouco atrativos e limitadas perspectivas de crescimento, diversos profissionais optam por migrar para o setor privado, onde encontram melhores oportunidades.
A iniciativa do Concurso Nacional Unificado (CNU) busca reorganizar as seleções públicas, mas a questão da retenção de talentos ainda requer medidas mais abrangentes. A rotatividade de servidores, ou turnover, varia entre diferentes órgãos, regiões e esferas governamentais, o que indica um problema estrutural no serviço público.
Sair do serviço público é o que alguns profissionais preferem – Imagem: Depositphotos
Há cada vez mais perdas de cargos públicos
Um fenômeno comum no serviço público brasileiro é o “concurso escada”, em que servidores ingressam em cargos de entrada com o intuito de, posteriormente, conseguirem posições mais vantajosas. Isso é comum entre as carreiras com menores remunerações e impulsiona o turnover interno.
De acordo com a Escola Nacional de istração Pública (Enap), em matéria do jornal Extra, mais de 35 mil servidores federais já ocupam, pelo menos, seu segundo cargo no governo. Essa busca por melhores remunerações reflete a insatisfação dos servidores com suas condições atuais.
Setor de TI: maior evasão para o mercado privado
O mercado privado tem atraído, especialmente, profissionais da área de Tecnologia da Informação (TI), que enfrentam escassez de mão de obra qualificada no país. Em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu a dificuldade em competir com o setor privado, que oferece melhores salários e reconhecimento.
Também em matéria do jornal Extra, Antonio Batista, especialista em gestão pública, ressalta que o Brasil ocupa o nono lugar no ranking global de falta de profissionais qualificados em TI. A ausência de perspectivas dentro do serviço público agrava essa situação, ao gerar um turnover externo preocupante.
Complexidade das carreiras públicas
O Brasil possui mais de 100 carreiras públicas distintas, cada uma com suas regras e remunerações específicas. Essa fragmentação dificulta a gestão e a motivação dos servidores, o que contrasta com modelos adotados em países como Estados Unidos, Espanha e Portugal.
Sérgio Camargo, advogado especialista em Direito Público, ao falar para o jornal Extra, destaca a desvantagem brasileira em comparação a tais países, que possuem estruturas mais simplificadas e eficazes. Veja a lista de cargos com maior evasão no setor público:
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Assistente istrativo;
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Agente istrativo;
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Professor do ensino básico, técnico e tecnológico;
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Técnico de laboratório
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Auxiliar de istração;
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Técnico de tecnologia da informação
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Assistente técnico;
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Oficial de chancelaria;
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Tecnologista;
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Técnico do seguro social.
A situação demanda atenção urgente e estratégias inovadoras para reter talentos no serviço público. Sem isso, a istração pública continuará a enfrentar desafios significativos na manutenção de uma equipe qualificada e comprometida.
* Com informações do jornal Extra.
