Rosto de Jesus criado por IA gera controvérsias; saiba mais

Viralização de imagem com "verdadeiro rosto de Jesus" incita discussão online sobre a representação.



A recente recriação digital do rosto de Jesus Cristo, gerada por inteligência artificial (IA) a partir do famoso Sudário de Turim, tem despertado controvérsias nas redes sociais. O clipe, amplamente compartilhado no X, mostra a figura de Jesus piscando, sorrindo e rezando, o que gera um debate acirrado sobre a precisão dessa representação.

O Sudário de Turim, um tecido que muitos acreditam ter coberto Jesus após sua crucificação, serviu como base para a criação dessa imagem inovadora. Com o uso da tecnologia do Midjourney, um gerador de imagens de IA, as marcas do tecido foram transformadas em uma figura digital que muitos descrevem como “o verdadeiro rosto de Jesus”.

Entretanto, esse resultado provocou reações diversas, especialmente em relação à cor da pele retratada, que aparece clara e contrasta com a provável aparência de um homem oriundo do Oriente Médio.

À esquerda, imagem do Sudário de Turim; à direita, imagem gerada por IA a partir do sudário – Imagem: Domínio Público/X

Polêmicas em torno do rosto de Jesus

Uma das críticas mais fortes vem da discrepância entre a imagem criada e a descrição histórica de um homem do Oriente Médio. Em entrevista ao Daily Mail, a Dra. Meredith Warren, professora de estudos bíblicos e religiosos na Universidade de Sheffield, destaca que Jesus teria, na realidade, pele morena e olhos castanhos, características típicas da população local da época.

Além disso, técnicas forenses já haviam sugerido uma representação diferente, pois, em 2015, Richard Neave, médico e artista, submeteu crânios semitas a estudos que revelaram traços como pele bronzeada, barba espessa e cabelo curto encaracolado. Tais aspectos reforçam a hipótese de uma aparência distinta da exibida pela IA.

Sudário de Turim e suas controvérsias

O Sudário de Turim tem gerado debates por séculos. Preservado desde 1578 na catedral de San Giovanni Battista, em Turim, o linho exibe marcas que muitos acreditam corresponder às feridas da crucificação. No entanto, pesquisadores, como Cicero Moraes, em entrevista à revista Aventuras na História, colocam em dúvida a autenticidade do tecido como verdadeiro envoltório do corpo de Jesus.

As marcas incluem arranhões, hematomas e sinais de espinhos na cabeça, que se assemelham às descrições bíblicas das lesões sofridas por Jesus. Mesmo assim, a origem e a veracidade do Sudário continuam a ser objeto de discussão entre os especialistas.

Enquanto a tecnologia continua a fascinar e desafiar nossas percepções, a recriação do rosto de Jesus nos lembra da complexidade em abordar temas históricos e religiosos por meio da lente da inovação digital. A busca por uma representação autêntica de figuras históricas permanece um desafio que mistura fé, ciência e imaginação.

* Com informações do Daily Mail e da revista Aventuras na História.




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