Com 5 mil superdotados, Brasil empata com Japão em ranking global

Estudo mostra que 5 mil brasileiros foram mapeados como superdotados, mas milhões seguem sem diagnóstico adequado.



Entre rankings internacionais e estatísticas nacionais, o Brasil vem se destacando discretamente no cenário global quando o assunto é superdotação. Embora o número oficial de superdotados identificados no país ainda esteja longe do ideal, os dados mais recentes apontam para um avanço considerável.

Segundo a Associação Mensa Brasil, já são 5 mil brasileiros com superdotação reconhecida — um grupo pequeno, mas significativo. Esse número garantiu ao país um lugar de destaque entre as nações com mais superinteligentes mapeados, lado a lado com potências como Japão e Estados Unidos.

Países com mais superdotados

Pessoas superdotadas têm desempenho intelectual muito acima do esperado para sua faixa etária. (Foto: Sunny Studio/Canva Pro)

No topo do ranking mundial estão os Estados Unidos, com cerca de 43 mil superdotados registrados. Em seguida, aparecem as Ilhas Britânicas (17 mil), Alemanha (16 mil), Suécia (7,2 mil) e República Tcheca (6 mil). Brasil e Japão dividem a sexta posição, ambos com 5 mil identificações formais.

Outros países, como Hungria, Países Baixos e França, completam a lista dos dez primeiros. Esses dados ajudam a ilustrar o quanto o mapeamento de pessoas com altas habilidades varia entre as nações, refletindo políticas públicas, o à avaliação e conscientização social.

Enquanto algumas já têm programas estruturados para apoiar esses talentos, outras ainda buscam formas de aprimorar o diagnóstico e o acompanhamento, especialmente em contextos escolares e familiares.

Cenário brasileiro de superdotação

Dos 5 mil brasileiros identificados como superdotados, 1,9 mil são crianças e adolescentes, e 3,1 mil são adultos. Isso coloca o Brasil em uma posição singular: um país que, embora enfrente desafios na identificação precoce, está entre os que mais mapeiam essas habilidades no mundo.

São Paulo lidera o número absoluto, com mais de 2 mil pessoas cadastradas, seguido pelo Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e o Distrito Federal. Juntas, essas regiões concentram mais da metade dos registros nacionais.

Ainda assim, a visibilidade segue baixa. Estimativas indicam que cerca de 5% da população brasileira possa ter altas habilidades — o que corresponderia a mais de 10 milhões de pessoas. Ou seja, os dados oficiais representam apenas uma fração do potencial existente.

Gerações e políticas públicas em debate

A maior parte dos superdotados mapeados no Brasil pertence à geração Millennial, nascida entre 1981 e 1996. Esse dado revela uma mudança no olhar sobre as altas habilidades ao longo das últimas décadas.

Ao mesmo tempo, chama atenção o número expressivo de jovens da Geração Alpha, composta por crianças nascidas a partir de 2013. Isso mostra que as novas gerações estão sendo observadas com mais atenção por famílias e instituições.

Apesar desse progresso, o Censo Escolar 2024 revelou que, embora 44 mil estudantes superdotados estejam matriculados nas escolas brasileiras, apenas uma pequena parcela foi oficialmente reconhecida pela Mensa.

Em mais de 2,8 mil municípios, nenhum aluno foi identificado com superdotação. Desse modo, o maior desafio ainda é o o à avaliação adequada e ao e pedagógico contínuo — especialmente em regiões com menos recursos.

*Com informações de G1.




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