Café extra forte pode vir com ‘ingredientes surpresa’

O café extra forte pode parecer mais econômico, mas esconde riscos à saúde. Entenda os cuidados ao escolher o produto.



Diante da alta nos mercados, o café extra forte tem se tornado uma escolha comum entre os consumidores. Por parecer mais econômico e render mais xícaras, ele atrai quem busca praticidade sem abrir mão do sabor intenso. No entanto, por trás do amargor acentuado, podem estar escondidos problemas que vão além do paladar — e que merecem atenção.

Uma torra mais escura, comum nesse tipo de café, nem sempre é sinônimo de qualidade. Pelo contrário: ela pode ser usada para disfarçar a presença de impurezas, como cascas, grãos defeituosos e até fragmentos minerais ou orgânicos. Além disso, o processo de torra muito escura compromete o valor nutricional da bebida.

Torrar mais para esconder impurezas

A torra escura usada no café extra forte pode camuflar resíduos ilegais. (Foto: sal61/Getty Images)

A torra prolongada é usada como estratégia por alguns fabricantes para mascarar a baixa qualidade dos grãos. Ao escurecer excessivamente o café, resíduos minerais e orgânicos ilegais se tornam imperceptíveis ao olho nu, embora continuem presentes e ativos.

Mesmo com a regulamentação da Anvisa, que proíbe mais de 1% de impurezas no café torrado, um estudo da Universidade do Maranhão apontou que 62,5% das amostras de cafés extrafortes analisadas ultraaram esse limite. O levantamento identificou a presença de resíduos minerais e orgânicos em níveis irregulares, especialmente mascarados por torra excessiva.

A ingestão contínua desses compostos pode causar problemas sérios ao sistema digestivo. Queimação, acidez elevada e até úlceras são alguns dos efeitos relatados por quem consome café com torra escura de forma habitual. Isso serve como alerta, especialmente para pessoas que já têm alguma sensibilidade gástrica.

Como escolher café de qualidade e economizar

Evitar esse tipo de armadilha começa pela leitura do rótulo. Marcas que informam a origem do grão, o tipo de torra e que seguem o padrão da ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café) geralmente têm maior controle de qualidade. O ideal é optar por cafés com pontuação acima de 4,6, que indicam maior pureza.

Outra dica é observar a cor do pó. Cafés com tom marrom claro ou médio costumam ser menos torrados, o que significa menor perda de nutrientes e sabor mais equilibrado. Produtos com aparência negra ou gosto extremamente amargo podem indicar má procedência.

Para quem pode investir um pouco mais, moer os grãos em casa ou comprar de pequenos produtores pode ser um bom caminho. A longo prazo, além de oferecer uma bebida mais saborosa e segura, essa escolha pode até representar mais economia.

*Com informações de NSC Total




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