As árvores fazem parte da paisagem urbana muito além do visual. Elas embelezam, sim, mas também contribuem diretamente para o conforto térmico, a qualidade do ar e o bem-estar da população. Em meio à expansão das cidades e ao crescimento desordenado, no entanto, a vegetação urbana tem perdido espaço.
Mesmo sem um ranking oficial por parte do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), um levantamento divulgado pelo projeto MapBiomas em 2024 ajuda a visualizar esse cenário.
Com base na cobertura vegetal das áreas urbanizadas, o estudo revelou quais são os municípios brasileiros com maior presença de verde, tanto em valores absolutos quanto proporcionais.
Capitais dominam os dados absolutos

Quando o assunto é extensão em hectares de vegetação dentro do perímetro urbano, grandes centros se destacam.
O Rio de Janeiro lidera com 12.844 hectares, seguido por São Paulo (11.814 ha) e Brasília (10.256 ha). Na sequência, aparecem cidades como Curitiba, Manaus, Salvador e Belo Horizonte.
Esses números refletem não apenas o tamanho dos municípios, mas também a quantidade de parques, fragmentos de mata e áreas de preservação ainda presentes nas regiões metropolitanas. Mesmo assim, manter e ampliar essas áreas verdes continua sendo um desafio.
Pequenas cidades lideram em proporção de verde
Por outro lado, quando se observa o percentual de vegetação em relação à área urbanizada, o protagonismo muda de lugar. Santa Cruz do Arari (PA) aparece no topo, com 71% de cobertura vegetal.
Municípios da Amazônia, como Santo Antônio do Içá e São Paulo de Olivença (ambos no AM), também marcam presença entre os mais arborizados proporcionalmente.
Essas cidades menores apresentam um equilíbrio mais harmônico entre o espaço urbano e a natureza, o que tende a refletir em maior qualidade de vida para a população.
Assim sendo, entre os fatores que favorecem esse cenário estão a menor densidade demográfica e a conservação de áreas naturais no entorno urbano.
Arborização urbana é sinônimo de qualidade de vida
De acordo com o MMA, são consideradas vegetação urbana as áreas verdes intraurbanas (como praças, parques e jardins), a vegetação viária (plantada nas ruas) e até os jardins privados de grande porte. Essa metodologia difere, por exemplo, do levantamento feito pela ONU, que em 2024 elegeu Goiânia (GO) como a cidade mais arborizada do mundo.
Independentemente dos critérios, os benefícios da arborização são evidentes. Árvores ajudam a reduzir as ilhas de calor, absorvem poluentes do ar, diminuem a velocidade das águas da chuva e tornam o ambiente urbano mais agradável.
Por isso, manter áreas verdes nas cidades não é apenas uma questão estética — é uma escolha estratégica para um futuro mais saudável e sustentável.
*Com informações de Casa Vogue.