Código Civil brasileiro poderá ser amplamente modificado em breve; veja o que muda

Entre as mudanças propostas está a redefinição dos conceitos de família e herança.



Uma proposta recente de reforma do Código Civil pode representar a maior transformação legal no Brasil em mais de 20 anos.

O Projeto de Lei 4/2025, apresentado pelo Senado em janeiro deste ano, busca modernizar o Direito Civil nacional, abrangendo áreas de família, sucessões e obrigações civis.

Elaborada por especialistas do Superior Tribunal de Justiça, a iniciativa visa atualizar conceitos do Código Civil de 2002, que substituiu as diretrizes vigentes desde 1916.

Antes de qualquer aprovação, o texto será amplamente debatido no Congresso. A seguir, entenda alguns pontos abordados nessa atualização.

Mudanças no conceito de família

Um dos destaques do projeto de modernização do Código Civil é a ampliação do conceito de família. De acordo com o novo texto, a multiparentalidade pode ser legalmente reconhecida, permitindo que crianças tenham múltiplos pais ou mães registrados sem a necessidade de vínculo biológico.

A reforma também prevê a possibilidade de reconhecimento paterno apenas por declaração materna quando houver recusa ao exame de DNA. Além disso, uniões homoafetivas, monoparentais e simultâneas podem ganhar reconhecimento formal.

Reconhecimento das uniões homoafetivas

Embora o Supremo Tribunal Federal (STF) já tenha reconhecido as uniões homoafetivas, a reforma busca consolidar essa definição no Código Civil. Além disso, divórcios e dissoluções de uniões estáveis poderão ocorrer unilateralmente, se a nova versão for aprovada.

Outra mudança significativa é a possibilidade de alterar o regime de bens diretamente em cartório, eliminando a necessidade de processos judiciais.

Pensões e herança: novas diretrizes

O projeto inclui a obrigação de pagamento de pensão a sogros e outros familiares dependentes financeiramente do casal. A atual legislação limita essa responsabilidade a ascendentes, descendentes, irmãos, cônjuges ou companheiros.

No campo sucessório, a proposta sugere que o cônjuge não seja herdeiro direto na presença de descendentes ou ascendentes vivos, além de permitir a anulação de doações a amantes até dois anos após o fim de um casamento ou união estável.

Nesse aspecto, o novo Código Civil proposto faz.

  • Inclusão de dependentes indiretos nas pensões;
  • Alterações nas regras de herança para cônjuges;
  • Anulação de doações a amantes após término de relacionamento.

Outros aspectos e o caminho legislativo

Novos direitos para indivíduos concebidos por reprodução assistida e um livro sobre direito digital são destaques adicionais da proposta. Antes de entrar em vigor, o projeto deve ser discutido no Congresso, onde pode ser modificado.

A previsão é de um longo processo legislativo, que pode durar meses ou anos, refletindo a complexidade das mudanças propostas. Uma vez aprovado, o novo Código Civil promete moldar um novo cenário jurídico para as relações familiares e patrimoniais no Brasil.




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