A tecnologia tem avançado a os largos na área da saúde e, agora, uma nova ferramenta de inteligência artificial (IA) chamada FaceAge pode mudar a maneira como os médicos avaliam a saúde de seus pacientes.
Desenvolvida por pesquisadores do Mass General Brigham, em Boston, Estados Unidos, a ferramenta promete trazer mais precisão à análise médica.
Essa nova metodologia utiliza algoritmos de aprendizado profundo para analisar selfies e determinar a idade biológica dos indivíduos.
O FaceAge foi inspirado no “teste do globo ocular”, um método visual que médicos usam para avaliar rapidamente os pacientes. A inovação reflete um avanço significativo no uso de IA em ambientes clínicos.
Como funciona o FaceAge?
Foto: iStock
O FaceAge se destaca ao utilizar algoritmos treinados em um vasto banco de dados de imagens. Foram usadas 9.000 fotos de pessoas com mais de 60 anos, além de dados do UTKFace. Este banco de dados inclui imagens de indivíduos entre 1 e 116 anos, permitindo uma análise abrangente.
O sistema procura determinar a idade biológica, que ajuda na decisão sobre tratamentos adequados, especialmente em casos como o de pacientes com câncer.
Este recurso pode orientar médicos a prescrever terapias mais agressivas quando necessário, contribuindo para um tratamento mais eficaz.
Resultados dos testes
O FaceAge foi posto à prova com 6.200 pacientes com câncer. As análises mostraram que a idade biológica geralmente era cinco anos superior à cronológica.
Essa informação, combinada com dados médicos, proporcionou aos médicos uma precisão de 80% nas previsões de sobrevida.
Em outro experimento, mesmo quando os médicos confiavam apenas na fotografia para prever a vida útil dos pacientes, a precisão aumentou de 61% para 73% quando as informações clínicas foram incluídas.
O FaceAge evidencia seu potencial ao aprimorar significativamente essa análise.
Desafios da nova tecnologia
Apesar das promessas, há desafios a serem superados. A privacidade é uma preocupação constante, bem como o viés racial ou étnico. Os desenvolvedores têm trabalhado para mitigar esses riscos, usando bancos de dados diversos e ajustando variáveis como etnia.
Por fim, vale dizer que o FaceAge ainda requer aprovação regulatória e testes adicionais antes de ser implementado em hospitais.
Hugo Aerts, diretor do programa de Inteligência Artificial em Medicina do Mass General Brigham, enfatiza que a tecnologia pode beneficiar, mas também é potencialmente prejudicial se não for bem regulada.