Não ignore os principais sinais do burnout: saiba quais são

Burnout, um problema global crescente, atinge trabalhadores e afeta até a economia.



Em meio ao dinamismo do mercado de trabalho, a condição conhecida como burnout tem se tornado uma preocupação crescente. Caracterizada pela exaustão emocional e física, devido ao excesso de trabalho, essa síndrome afeta significativamente o bem-estar dos trabalhadores.

A digitalização e a cultura de estar “sempre disponível” são apontadas como fatores contribuintes para essa condição.

Em 2020, Amy, uma executiva de marketing de uma renomada empresa de saúde, enfrentou sinais de burnout que a levaram a uma licença médica.

Ela descreve episódios de tontura e exaustão extrema como um estado de “piloto automático”. Infelizmente, muitos trabalhadores ignoram esses sinais, o que pode levar a sérias consequências para a saúde mental e física.

Burnout leva pessoas ao esgotamento físico e emocional devido ao excesso de demandas no trabalho – Imagem: Andrea Piacquadio/Pexels

Sintomas e fases do burnout

Segundo a psicoterapeuta Claire Plumby, estudantes, pais e cuidadores também podem ser afetados pelo burnout, especialmente as mulheres, devido à dupla carga de trabalho. Identificar o problema envolve reconhecer sentimentos negativos em relação ao trabalho e a si mesmo, além de uma sensação de esgotamento constante.

Assim, além do cansaço extremo, o burnout se manifesta por meio de desprezo pelo trabalho e visão negativa de si mesmo, incluindo ainda momentos de apatia e pensamentos de escapismo. A psicoterapeuta Plumby também destaca que o burnout pode ser identificado em atitudes cotidianas, como a falta de preparação para tarefas importantes.

O burnout pode ser identificado a partir do reconhecimento de suas cinco fases.

  1. Período de lua-de-mel: aceitação de tarefas sem considerar o tempo necessário;

  2. Abandono: desinteresse por atividades antes prazerosas e dificuldade em concentração;

  3. Sem motivação: irritabilidade constante e falta de presença no dia a dia;

  4. Burnout: esgotamento emocional e físico;

  5. Colapso: incapacidade de realizar atividades básicas, como sair da cama.

Principais causas do burnout

O estresse crônico e a falta de controle sobre o trabalho são fatores críticos para o burnout, além das relações comprometidas e da falta de reconhecimento que também elevam o risco.

Um estudo feito em 2020 com 20 mil trabalhadores mostrou que:

  • 60% deles eram responsáveis por demandas multitarefas;

  • 48% sentiam muita pressão em relação a seu desempenho e ao tempo para finalizar as tarefas;

  • 46% tinham de lidar com interrupções prejudiciais ao trabalho;

  • 34% afirmaram trabalhar em um ritmo muito acelerado.

Impacto econômico

Globalmente, o burnout representa um custo significativo para a economia. No Reino Unido, por exemplo, estima-se uma perda de mais de 102 bilhões de libras (R$ 768 bilhões**) por ano. Já no Brasil, o número de afastamentos por burnout cresceu 136% entre 2019 e 2023, segundo o INSS.

Caminhos para a recuperação

Recuperar-se dessa condição não exige mudanças drásticas de vida ou carreira. Claire Ashley, autora do livro ‘The Burnout Doctor’, recomenda focar no controle do trabalho, bem-estar pessoal e apoio social.

Exercícios simples, como a Esfera de Controle de Stephen Covey, ajudam a identificar áreas de mudança, ao se fazer a seguinte questão: “Se eu não posso controlar ou mudar isso, posso aceitar?”

Entender e alinhar suas ações com seus valores pessoais é crucial para a recuperação. As estratégias propostas podem ser aplicadas para enfrentar desafios, permitindo uma recuperação mais eficaz.

* Com informações do portal de notícias G1.

** Valor de conversão consultado no dia 29 de abril de 2025.




Voltar ao topo

Deixe um comentário